segunda-feira, 13 de setembro de 2010

SÍNDROME DO IDADISMO

SÍNDROME DO IDADISMO
Empresas esquecem dos perigos ao discriminar pessoas mais velhas
Por: Revista Liderança

O erro persiste nas mais diferentes empresas. Pessoas com mais de 35, 40 anos são consideradas “velhas”, ultrapassadas, sem nenhuma capacidade de acrescentar algo à organização. Com frequência, entende-se, de maneira tão calculista quanto equivocada, que um novo empregado poderia representar um salário muito menor do que aquele pago a outros que já estão na profissão há anos e anos.
No entanto, esses mesmos líderes de pouca visão se esquecem de levar em conta:
Gastos com treinamento e adaptação dos novatos à empresa.
Despesas com demissão.
Possibilidade de os novos empregados não se adaptarem ou descobrirem que não era aquilo que eles queriam.
Estragos que tal ação pode causar no moral de sua empresa.
Possibilidade de o funcionário mais antigo levar anos e anos de conhecimento para um concorrente.
A verdade é que os líderes dessas empresas se esquecem das pessoas com 60, 70 anos que estão por aí, ousando em novas empresas e testando conceitos diferentes. Ozires Silva, por exemplo, após sair da Embraer, abriu uma empresa de biotecnologia. E é apenas o exemplo mais famoso.
De qualquer forma, sabe-se que situações assim exigem muita atenção do líder, pois além do preconceito, um dos problemas com as pessoas experientes é que, com os anos de experiência, acontecem naturalmente mais erros e falhas.
Jeffrey Yergler, da consultoria norte-americana Interger Leadership, dá algumas dicas para você lidar com membros de sua equipe ou colegas que sofrem da síndrome do “idadismo” nas empresas – ou acabaram de cometer um grande erro:
A empresa precisa ter em mente que líderes também erram e que essa é uma parte importante para descobrir coisas novas.
Dê apoio à pessoa, mesmo que ela não continue na empresa.
Se o funcionário experiente continuar na empresa, procure colocar perto dele um profissional que saiba como dar apoio e incentivar o velho líder a assumir responsabilidades − e continuar integrado à cultura da empresa.
Desenvolva rapidamente uma alternativa. O que aconteceu não pode mais ser mudado. No entanto, o que pode prejudicar a empresa é não tomar nenhuma decisão para recuperar o que foi perdido e continuar a crescer. Em vez de reclamar e se lamentar, junte seus colegas e equipe para responder a pergunta: “O que vamos fazer agora?”.
Detalhe seu programa de recuperação, com cronogramas e metas a serem atingidas. Do contrário, ele torna-se apenas uma carta de intenções que não serão cumpridas.

Adendo meu:
Realmente as empresas convencionais deixam de enxergar o maior capital da empresa - que é o capital "humano". As pessoas com mais experiência são justamente aquelas que já tropeçaram em todas as pedras que os novos estão tropeçando e ainda vão tropeçar, por isso eles já conhecem todos os atalhos que podem ser tomados para chegar mais rápido ao fim proposto.
É comum acontecer isso nas empresas, tanto grandes, quanto pequenas. Pois o foco, infelizmente está no lucro imediato. No texto acima vemos o quanto se deixa de pesar na balança, os aspectos jurídicos, técnicos e financeiros.
Eu já me deparei com fatos assim em uma grande empresa. Infelizmente as gerências - sem preparo - tomam decisões movidas a emoção. Aí abre-se espaço para fofoca, amizades extra empresa, os famosos "puxa-saco", e por aí a fora...
Mas vi casos de empregados que na unidade local estavam em vias de serem demitidos e, quando estes pediram remoção para outra área e mais próximo à sede da empresa, despontaram-se com a diretoria muito mais que o gerente local. Poderíamos dizer que são pessoas que deram a volta por cima, mas não. Eu mesmo tomei a precaução de tomar informações com elas e me disseram que não mudaram nada os seus procedimentos, nem a forma de trabalhar. Apenas foram vistos com outros olhos por pessoas mais profissionais. Duas destas pessoas em pouco tempo se aposentarão, e já alcançaram momentos importantes em suas carreriras em que seus antigos gerentes locais jamais alcançarão.
Está é uma característica do povo latino, julgar com emoção e não com a razão. Em empresas européias e asiáticas, os mais antigos são vistos com respeito e tratados com dignidade - são considerados "mestres". Já nos E.U.A. os procedimentos são parecidos com o do Brasil - a realidade lá é a de "cobra-comendo-cobra". É a do capitalismo selvagem, mas ao contrário de nosso país, o mais experiente só é substituído se o mais novo mostrar competência além do que o mais experiente adquiriu ao longo de sua carreira.
A idade "alongada" não é sinônimo de pessoa ultrapassada, é sinônimo de pessoa que já passou pelos problemas que a empresa está novamente passando - e pode ajudá-la a sair deste problema. Um exemplo disso eu mesmo passei. Quando entrei na empresa, a mais de vinte anos atrás, a empresa tinha um descontrole de ferramental com os empregados que trabalhavam com manutenção, e agora enfrentava o mesmo problema. E todo mundo sabe que homem é vidrado em ferramenta - eu mesmo outro dia passando por uma rua vi um alicate novinho caído e não pensei duas vezes, parei o carro e fiz minha filha descer, toda envergonhada, para pegar o alicate para mim. Mas o alicate estava novinho e em ótimo estado. re,re,re,re...
Mas voltando ao assunto - Numa reunião de staff local, sugeri que fizessemos um controle único e que somente uma área requisitasse o ferramental, efetuando, antes, um controle do que os empregados tinham em bom estado, em mau estado e a substituir e o que faltava para completar. ASsim teríamos um controle de ferramental completo e o que fosse pedido após isso deveria passar pelo crivo desta pessoa que ficaria responsável. Quase fui apedrejado. Hoje após alguns anos (dois para ser mais exato) o mesmo gerente geral da época encarregou o setor em que trabalho para cuidar da distribuição e controle de ferramental. E adivinhem quem foi indicado para executar os procedimentos?
Um antigo supervisor meu, já aposentado sempre dizia: "são quinze anos de janela".
Ou seja, já conhece tudos e tudo o que se passa por ali.
Hoje eu tenho a oportunidade de estar ligado a uma empresa multinacional onde esse tipo de desgaste não ocorre. O idadismo passa longe dela, pelo contrário, há pessoas que foram descartadas pelo mercado tradicional que hoje obtém os maiores ganhos nesta empresa. Uma empresa incrível que oferece condições de sucesso igual a todos, seja qual for sua cor, credo, idade ou condição econômica.

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